Sempre tive vontade de usar
Linux, mas quando pensava em trocar de sistema operacional esbarrava nas seguintes questões:
- Será que todos os softwares que utilizo vão funcionar no Linux?
- Se não funcionar, existe alguma formar de contornar ou usar aplicativos equivalentes?
- Os aplicativos equivalentes vão atender as necessidades?
- Como consigo instalar esses aplicativos no Linux?
Diante dessas questões resolvi montar uma planejamento de como migrar da melhor formar os softwares para o Linux antes de realmente começar a usá-lo.
Primordialmente considero que já tenha escolhido uma distribuição Linux e esteja em uma máquina virtual ou em um computador dedicado para isso.
Utilizei o
Trello para tornar o planejamento mais prático e dinâmico, sendo uma ferramenta bem simples de usar.
Planejando
1. No Trello, crie um quadro dedicado para o planejamento, usei o nome "Migrando Windows para Linux".
2. Faça seis listas com os nomes:
- Softwares
- Nativos
- Equivalentes
- Wine
- VM
- Desnecessários
3. Adicione todos os programas que utiliza na lista "Softwares", essa parte é muito importante, dedique alguns minutos e vasculhe e anote todos os programas, seja muito importante ou de pouca importância anote, plugins de bancos e conexões VPN também entram aqui.
4. Defina o que é mais importante usando tags:
5. Depois de adicionar as tags, ordene por prioridade:
6. Agora vamos usar as listas, a primeira tentativa é verificar se o software possui versão para Linux, se sim, mova para a lista "Nativo", se não, é possível utilizar um software paralelo? Exemplo, usava muito o KMplayer no Windows, para Linux descobri o VLC que é tão bom quanto, nesse caso movi para a lista "Equivalentes" e adicionei o nome do software ao nome do item, um site que ajuda muito a encontrar softwares similares é o
AlternativeTo.
Digamos que não existe software equivalente, nesse caso é necessário procurar se é possível instalar usando o Wine, com ele é possível executar softwares do Windows diretamente no Linux, o MS Office é um exemplo do ótimo funcionamento da ferramenta. Em último caso podemos executar em uma máquina virtual, no entanto o desempenho é restrito, principalmente no quesito placa de vídeo, jogos 3D de ultima geração e edição imagem e vídeo terão performance precária.
A última lista é a "Desnecessário", coisas como antivírus e antispyware movi para lá, além de programas que tem versão para web.
No final todos os softwares estarão em suas devidas listas.
7. Valide os softwares, para isso crie um checklist com três itens, Instalar, Testar e Documentar.
Instalar
O VirtualBox funciona nativamente no Linux, porém como instalá-lo? Tanto pode ser uma operação muito simples como abrir uma central de aplicativos e clicar para instalar, quanto precisar digitar vários comandos para fazer funcionar, isso pode variar muito dependendo da distribuição e do software. Esse item deve ser checado apenas após conseguir instalar o programa.
Testar
O MS Office, coloquei na lista de equivalente, sendo o LibreOffice o substituto, é necessário testar se supri as necessidades, testar abrir documentos e planilhas, aprender a usá-lo. Se atender todas as expectativas ótimo, se não, ainda existe duas opções, tentar executar pelo Wine ou em uma VM. Nesse caso mova o item para uma das lista e volte ao passo de instalação. Quando testei o LibreOffice acabei não me adaptando, como uso muito pouco resolvi instalar em uma maquina virtual.
Documentar
Recomendo muito documentar todo o processo, adicionar links das pesquisas, anotar os softwares similares que for encontrando e método de instalação, seja por central de programas ou digitando alguns comandos, essas informações são bem úteis ter a mão.
Quadro após validar todos os programas.
Existe a possibilidade de um software não se encaixar em nenhuma lista, ou seja, não ter nativo para Linux, a versão equivalente não atender as necessidades, o Wine também não ser capaz de executá-lo e o desempenho da VM barrar a usabilidade.
A última alternativa é instalar o Linux em dual boot, porém recomendo apenas em ultimo caso! Isso porque a pessoa já não tem hábito de usar o Linux, nisso instala em dual boot para desempenhar uma atividade específica, o que pode acontecer é precisar instalar outros programas no Windows e quando menos imaginar se perguntar porque existe alguns gigas a menos disponível no HD e lembrar que tinha instalado o Linux.
Esse cenário é bem trágico entretanto falo porque já aconteceu comigo quando quis experimentar o Ubuntu, não devo ter usado mais do que três vezes e uns meses depois removi porque estava ocupando muito espaço em disco.
Fazer todo o planejamento, procurar, aprender como instalar e testar vários softwares demanda bastante tempo, porém vale muito a pena, todos os programas estarão mapeados e documentados sendo assim possível migrar sem ter surpresas inconvenientes.
Esse planejamento funcionou tão bem que usei substituir o Windows do computador do trabalho também, espero que ajude as pessoas que não mudam para Linux por medo de algum aplicativo não funcionar.