O termo
Programação Neurolinguística, abreviado para PNL, é composto por três partes que dizem muito sobre suas possíveis utilizações e estrutura. Vamos a elas:
- Programação - refere-se à maneira como organizamos nossas idéias e ações a fim de produzir resultados. A PNL trata da estrutura da experiência humana subjetiva, de como organizamos o que vemos através dos nossos sentidos. Também examina a forma como descrevemos isso através da linguagem e como agimos, intencionalmente ou não, para produzir resultados.
- Neuro - essa parte da PNL reconhece a idéia fundamental de que todos os comportamentos nascem dos processos neurológicos da visão, audição, olfato, paladar, tato e sensação. Percebemos o mundo através dos cinco sentidos. "Compreendemos" a informação e depois agimos. Nossa neurologia inclui não apenas os processos mentais invisíveis, mas também as reações fisiológicas a idéias e acontecimentos. Uns refletem os outros no nível físico. Corpo e mente formam uma unidade inseparável, um ser humano.
- Linguística - indica que usamos a linguagem para ordenar nossos pensamentos e comportamentos e nos comunicarmos com os outros.
Mas, resumindo, o que quer dizer Programação Neurolinguística?
Pergunta complexa, que requer uma resposta um pouco mais elaborada do que seria permitido em poucas linhas. Mas vamos à essa tarefa espinhosa...
Segundo Bandler, um dos criadores da PNL, ela é:
"O ESTUDO DA ESTRUTURA DA EXPERIÊNCIA SUBJETIVA DO SER HUMANO E O QUE PODE SER FEITO COM ELA."
De uma forma mais simplificada e explicada:
"PNL É O ESTUDO DE COMO REPRESENTAMOS A REALIDADE EM NOSSAS MENTES E DE COMO PODEMOS PERCEBER, DESCOBRIR E ALTERAR ESTA REPRESENTAÇÃO PARA ATINGIRMOS RESULTADOS DESEJADOS."
Getúlio Barnasque
Surgimento da PNL
Na década de 70, um cara chamado
Richard Bandler, estudante de matemática da Universidade da Califórnia, passava a maior do tempo estudando informática nos laboratórios da faculdade, procurando entender como os computadores funcionavam.
Nesse meio tempo ele descobriu como era a lógica dos computadores e criava programas que poderiam produzir monografias sobre qualquer assunto, bastando que a pessoa introduzisse alguns termos técnicos no programa (vinculado ao assunto sobre o qual queria a monografia), que o programa produzia um texto final, bem estruturado, que passaria tranquilamente pela banca examinadora de qualquer curso. Com isso ele acabou ganhando algum dinheiro de seus colegas de faculdade.
Depois de um tempo ele conseguiu uma bolsa de estágio com um professor do Instituto de Psicologia da UCLA, catalogando as fitas de seminários ministrados por Fritz Perls, criador da Gestalt Terapia, uma técnica terapêutica, revolucionária para a época, que obtia resultados rápidos e duradouros com a maioria dos pacientes.
Bandler, assistindo essas fitas de seminários de F. Perls, conseguiu entender a lógica do processo criado e aplicado por Perls com cada paciente. Dessa forma, ele estruturou o discurso de Perls, descobrindo como trabalhava e de que forma conseguia os resultados tão fantásticos para a época.
A partir daí Bandler descobriu que todos temos uma Estrutura Profunda e uma Estrutura Superficial. A primeira diz respeito ao nosso comportamento e aquilo que dizemos; sendo que a segunda corresponde às nossas crenças, valores, conceitos e como funcionamos internamente, estando até mesmo vinculado ao nosso inconsciente.
Bandler simplesmente descobriu a Estrutura Profunda por trás da Estrutura Superficial presente no trabalho de Fritz Perls e decodificou isso de forma que qualquer pessoa, inclusive ele, conseguisse alcançar os mesmos resultados, ou até mesmo melhores, simplesmente aplicando os mesmo princípios existentes na E.P. do criador da técnica.
Enquanto fazia essas descobertas, Bandler criou um grupo na UCLA, uma vez por semana a noite, com o consentimento de seu professor para quem trabalhava catalogando as fitas VHS, onde aplicava as técnicas criadas por Perls em voluntários que buscavam tratamento terapêutico. Mas isso só acontece mesmo lá fora, por enquanto... Quem permitiria dentro de uma Universidade brasileira um matemático fazer terapia com voluntários? Ainda mais, quem aceitaria que esse matemático conseguiria obter resultados iguais ou melhores do que o criador da técnica? Bem, mas isso aconteceu. E isso só mostra-nos o quanto as pessoas são preconceituosas e possuem crenças e pensamentos limitados...
Para imitar o Dr. Perls, Bandler chegou a deixar crescer a barba, fumar um cigarro atrás do outro e falar inglês com sotaque alemão. Com esse projeto, acabou ganhando nome e conheceu um professor de lingüística da mesma Universidade, de nome John Grinder.
A carreira de John Grinder era tão singular quanto de Richard. Sua capacidade para aprender línguas rapidamente, adquirir sotaques e assimilar comportamentos tinha sido aprimorada na Força Especial do Exército Americano na Europa nos anos 60 e depois quando membro dos serviços de inteligência em operação na Europa. O interesse de John pela psicologia alinhava-se com o objetivo básico da lingüística - revelar a gramática oculta de pensamento e ação.
Descobrindo a semelhança de seus interesses, eles decidiram combinar os respectivos conhecimentos de computação e lingüística, junto com a habilidade para copiar comportamentos não-verbais, com o intuito de desenvolver uma "linguagem de mudança".
Trabalhando juntos, desenvolveram a Modelagem da Excelência Humana, deixando bem claro que qualquer comportamento, seja ele qual for, pode ser reproduzido por qualquer pessoa que aplique à si mesma a Estrutura Profunda inerente ao mesmo. Isso levou-os a dissecar o trabalhos de mais dois gigantes da área terapêutica, e grandes conhecedores da mente humana: Virginia Satir (criadora da Terapia Familiar) e Milton Erickson (criador da Hipnose Ericksoniana). O estudo do trabalho desses dois profissionais, permitiu que outras pessoas reproduzissem os resultados que ambos alcançavam em consultório, após entender como seus métodos funcionavam e o que estava por detrás de seus comportamentos como terapeutas, no trato com os pacientes.
Essa digressão sobre a origem da PNL e seus criadores, foi necessária apenas para entendermos qual seu objetivo inicial e como, nós mesmos, podemos aplicá-la em nosso dia-a-dia para entendermos melhor o outro e melhorarmos nossas capacidades, além de aprender capacidades novas para nosso crescimento.
Um livro que indico à todos que queiram entender um pouco do trabalho inicial de ambos, que trabalha com a linguística é "A Estrutura da Magia", de Richard Bandler e John Grinder.