O modelo TCP/IP define tecnologias de rede (protocolos) que podem ser utilizados em redes de quaisquer tamanhos ou tipos. A pilha TCP/IP pode ser aplicada desde uma simples LAN (Local Area Network - Rede Local) até uma WAN (Wide Area Network - Rede de Longo Alcance).
Usando tecnologias de rede TCP/IP é possível interligar computadores com as mais diversas finalidades e diferentes tipos de hardware. Desde microcomputadores domésticos a computadores de grande porte. Podemos usar a pilha de protocolos TCP/IP através de uma simples conexão discada ou através de uma linha de comunicação com alta capacidade de tráfego, praticamente do mesmo modo.
Apesar da conectividade ser uma característica importante para o modelo TCP/IP, existem situações em que pode ser desejável restringir a comunicação somente aos computadores de uma rede interna. O motivo mais comum para isolar redes é a segurança de sistemas. Isolar redes significa que elas não acessam e não são acessadas por hosts externos.
Redes internas, que fazem uso da tecnologia Internet, recebem o nome de Intranet. Empresas que utilizam a tecnologia Intranet em suas redes locais reproduzem internamente as mesmas características do ambiente Web. Entretanto, o acesso é restrito apenas aos computadores clientes internos.
A Intranet permite aos usuários se comunicarem, compartilharem recursos, enfim, utilizar serviços na rede interna da mesma maneira que utilizam serviços encontrados na Internet. Na Intranet podem ser disponibilizados serviços como: servidores de arquivos (FTP), correio eletrônico (SMTP), páginas Web (HTTP), todos para uso privado.
Pensando neste tipo de utilização a IANA - Internet Assigned Numbers Authority - definiu na RFC 1918 um grupo de endereços IP reservados para uso interno nas organizações. Esses endereços recebem a denominação de endereços IP privativos.
Os endereços IP privativos, como o próprio nome diz, diferem em finalidade dos endereços IP públicos. Seu uso propicia a construção de redes internas, como uma Intranet, sem que seja necessário qualquer atribuição de endereços pelos órgãos oficiais de controle e distribuição de endereços IP da Internet.
Funcionalmente os endereços IP privativos são idênticos aos endereços IP públicos, normalmente atribuídos a hosts comerciais na Internet. A única diferença entre endereços privativos e públicos é que, pacotes cujo endereço de destino seja privativo não devem ser encaminhados por um roteador. A razão disto é que o uso desses endereços viola a regra do protocolo IP que diz: "Todos os hosts na rede são identificados de forma única por um valor de endereço IP".
Neste caso, como os endereços são para uso privativo, existem milhares de organizações que utilizam esses endereços em suas redes internas. Assim, no mundo todo, são milhares de redes e hosts utilizando os mesmos endereços IP privativos. Um pacote cujo endereço de destino seja um endereço privativo não pode aparecer na Internet. Simplesmente não é possível determinar corretamente a rede e o host de destino para encaminhar esse pacote. Os endereços privativos são:
Os endereços privativos utilizam a notação CIDR, e também permitem a criação de subredes privativas. A primeira vista, temos a impressão de que foi definida uma faixa correspondendo a cada uma das antigas classes. Entretanto, na notação CIDR os prefixos (anteriormente chamados de máscara de subrede) definem um número muito maior de hosts por faixa do que as antigas classes IP atualmente em desuso.
Deste modo, a menor faixa definida (192.168.0.0) comporta 65.536 hosts o suficiente para as necessidades da maioria das empresas.
Redes internas com endereços privativos também podem ser configuradas de modo a acessar e serem acessadas por hosts externos. Para tanto, é necessário uma solução de roteamento e mascaramento de endereços privativos em um endereço IP público.
Esta solução é conhecida como NAT - Network Address Translation - responsável pela "tradução de endereços de rede" privados para público e vice-versa. A solução NAT será estudada juntamente com o protocolo TCP.