Tendo em mente a versão current do
Linux Slackware, a compilação/construção da interface gráfica
CINNAMON que aqui será descrita é semelhante ao processo de compilação do MATE, nessa distro. Como vimos, toda realização dos procedimentos dependerá da clonagem do projeto GitHub, desenvolvido pelo
Willy Raharjo, com a diferença de que, na construção e instalação do ambiente "canela", diferentemente do MATE, apenas um script deverá ser executado, ao passo que no contexto da interface MATE são três, os scripts responsáveis pelas "dependências", pelos pacotes "base" e "extra".
Vamos então:
Eu costumo manter o ambiente XFCE como padrão, no pós das minhas instalações do Slackware, mas a pessoa pode perfeitamente usar o KDE, se preferir, por exemplo, e isso tanto faz, para o nosso objetivo aqui.
A primeira recomendação é a de inicialmente não mexer no idioma nativo do Slackware (que é o inglês), quando se pretende pôr uma interface gráfica como essa, via método de compilação: a pessoa só deve modificar o idioma da distribuição para a língua que vai usar no seu dia a dia depois de ter compilado/construído e instalado a interface gráfica.
Relembrando um problema que já experimentei e que pode ocorrer, caso isso não seja feito, cabe dizer: tal como no caso da interface MATE, os binários disponibilizados pelo desenvolvedor para a construção e instalação da interface CINNAMON tiveram a língua inglesa como padrão, em sua confecção. Isso significa dizer que quando se cria a interface gráfica partindo da fonte ela seguirá o padrão ditado pelas nossas máquinas.
E como os binários que serão usados foram preparados por um desenvolvedor que usou a língua inglesa como padrão, o que provavelmente ocorrerá, se fizermos esse processo de construção e instalação, tendo antes mudado o sistema para a língua portuguesa-BR (como fiz certa vez), será o surgimento de um sistema com idiomas misturados, embaralhados, parte em inglês e parte em português, em suma, uma confusão que exigirá que se faça tudo de novo, com atenção.
Num segundo momento, deve-se navegar até a página que contém o código-fonte do projeto Cinnamon Slackbuilds para poder cloná-lo. Hoje o link é este:
E é nele que se deve buscar o endereço de clonagem que vai ser copiado para o Terminal (
https://github.com/CinnamonSlackBuilds/csb.git), ou então digitado no mesmo.
Assim, uma vez estando nessa página do projeto Cinnamon Slackbuilds é preciso abrir o Terminal, e isso pode ser feito no diretório de usuário da pessoa (/home/seuusuário), que é como eu normalmente faço. Mas, se a pessoa desejar, pode criar uma outra pasta onde salvará o material que vai ser clonado, não se esquecendo, obviamente, de abrir ou direcionar o Terminal para esse local, quando for efetuar a clonagem.
Cumprida essa etapa, basta digitar o comando de clonagem:
git clone https://github.com/CinnamonSlackBuilds/csb.git
ou, se preferir, já tendo copiado o endereço acima, digitar
git clone (dar um espaço) e colar o endereço
https://github.com/CinnamonSlackBuilds/csb.git
Acima, a página/repositório do Cinnamon-Slackbuilds.
Feito isso, é só dar "enter" e notar que uma pasta "csb" foi criada no diretório do usuário (caso se tenha escolhido o caminho que apontei acima, que foi o de salvar o material da clonagem nesse local).
Acima, uma imagem do processo de clonagem (Git) via Terminal.
Acima, uma imagem do diretório "csb" e o seu conteúdo (notar o script que rodará, de modo automatizado, para a compilação e subsequente instalação de toda a interface Cinnamon).
O terceiro momento é o da operação de construção do CINNAMON na máquina, partindo da execução do script único fornecido por intermédio do método da clonagem: o "build-cinnamon.sh" que deverá ser executado para se construir a interface que na sequência da construção será instalada por completo.
Primeiro, deve-se entrar no Terminal como root (administrador #).
Depois, deve-se adentrar a pasta "csb", o que, no caso do que foi feito até aqui, significa:
# cd csb
(não esquecendo que é dentro de "csb" que será encontrado o script "build-cinnamon.sh")
Por fim, deve-se realizar o seguinte comando:
# ./build-cinnamon.sh
Acima está uma das imagens do lento processo de compilação/construção.
Acima mais uma imagem, do processo de construção.
Após isso, têm-se uma hora ou mais um pouco, dependendo da velocidade de trabalho do computador, para esperar que a interface gráfica "canela" seja construída e instalada, em um processo automatizado. Ao final do processo, quando a construção/compilação estiver pronta, deve-se sair do modo "root" e, como usuário, escolher a interface CINNAMON para, depois de reinicializar o sistema, poder usufruir dela, configurá-la em detalhes etc.
Como se pode visualizar na imagem abaixo: através do Terminal, escolha o CINNAMON/cinnamon-session por intermédio do comando "xwmconfig":
xwmconfig
Tudo pronto (abaixo têm-se a imagem do CINNAMON, construído na própria máquina em que o Slackware current está rodando):
Obs.: esse processo também pode ser realizado fora do ambiente gráfico - o que geralmente eu faço, pois não gosto de usar tela de login (deixo o sistema no runlevel 3). Nesse caso (fora do X) o método é o mesmo: acessar o diretório "csb", criado a partir da clonagem (acessar como root) e executar o script "build-cinnamon.sh" com o comando apropriado (./), tal como compartilhado no texto. E, saibam, o desenvolvedor alerta, na página do projeto, que pode ocorrer de uma ou outra instalação falhar: "NOTA: Em certos casos, o script de criação automatizado pode falhar. Alguns problemas conhecidos estão documentados em KNOWN_ISSUES." (a minha recomendação de usuário que já fez isso umas 50 vezes nas máquinas pessoais e nas virtuais, se isso ocorrer, é repetir a construção/compilação/instalação e tudo ficará certinho, sem mistério algum).
Conclusão
No que toca a descrição desse método, ficarei agradecido com quaisquer observações construtivas que porventura possam consertar algum lapso cometido. Finalizo informando que não me descuidei de pedir ao Willy Sudiarto Raharjo que me permitisse citá-lo livremente, no texto, devido ao fato de pertencer a ele esse belo projeto, merecedor de todo o reconhecimento e gratidão, e também por ter ele generosamente me apresentado esses caminhos.
REFERÊNCIAS