Introdução
Resolvi escrever este artigo porque tenho notado que, embora haja bastante material sobre instalação do
Arch Linux, esses textos em geral não são muito claros no que diz respeito a uma instalação no modo
UEFI, além de deixar certas lacunas quanto a alguns passos indispensáveis da instalação.
Então, este artigo visa explicar, passo a passo, o processo de instalação do Arch, mantendo-o o mais KISS possível, tanto no processo quanto nas explicações. Seguir esse processo irá resultar em um sistema rápido, seguro e poderoso.
Este artigo se divide em três páginas:
- Na primeira, você verá como preparar os dispositivos, ela vai desde verificar a internet até montar os discos.
- A segunda mostra a instalação propriamente dita, desde a instalação dos pacotes-base até o reinício do sistema.
- A terceira página mostra uma pós-instalação básica com GNOME Shell, vai desde o primeiro login no Shell inicial até o desktop em ponto de uso final. Este artigo vai do zero até um sistema completamente funcional.
Toda a compilação que se segue foi baseada na Wiki do Arch.
Pré-instalação
Obtenha a imagem ISO no site oficial do Arch e o grave em uma mídia inicializável. Dê boot nessa mídia e selecione a primeira opção. Você será lançado em um shell com poderes de root. É aqui que a diversão começa.
1. INTERNET
É bom verificar se está tudo funcionando com a Internet. Se você usa conexão cabeada (Ethernet) o sistema já deve ter reconhecido sem problemas. Se você precisa de uma conexão WiFi execute:
# wifi-menu
Selecione a sua rede e digite a senha. Você pode realizar um teste de ping, com o comando:
# ping -c 4 google.com
Você vai saber que está online se os 4 sinais enviados receberam retorno. É como se fosse um jogo de ping-pong, a bolinha vai, mas para a brincadeira continuar ela tem de voltar. Se tudo der certo, passe para o próximo passo.
2. TECLADO EM PT-BR
É vital? Não. É bom? Sim, eu recomendo. Por omissão, o teclado fica com o layout em inglês. Para setar o teclado com o nosso layout brasileiro, execute:
# loadkeys br-abnt2
3. IDIOMA
Olha, até dá para alterar o idioma aqui no shell de instalação para português. Eu, particularmente, acho desnecessário porque vamos ter que fazer isso de novo mais tarde para o sistema instalado (esse sim queremos em português). Mas se quiser fazer isso agora, é só descer até o parágrafo 10 e fazer exatamente como está dizendo lá, sem mudar nada.
4. PARTICIONAMENTO
Essa parte é delicada. Você tem várias opções para o particionamento. Eu particularmente gosto do
parted, mas recomendo o
cfdisk. Simplesmente porque dá para se arrepender e resetar as coisas antes de escrever definitivamente as mudanças em disco. No parted, é um caminho sem volta.
Você pode executar um:
# fdisk -l
...para listar os discos presentes e pensar um pouco no que quer fazer. Passado o momento de contemplação, entre com o comando:
# cfdisk
NOTA: eu não vou dizer exatamente o que você precisa fazer aqui. Se você está tentando usar o Arch, então é uma ótima oportunidade para se desprender de coisas não instrutivas e até perigosas como apenas copiar e colar um código no shell. Vamos lá, você consegue! O cfdisk é muito intuitivo e tenho certeza que você conseguirá entender como ele funciona rapidamente, então vou ignorar esses detalhes e deixar você por conta própria.
Ao invés de falar sobre o cfdisk, vou falar sobre a proposta do artigo: o bendito sistema EFI.
Bom, basicamente você precisa de uma partição no início do HD formatada em fat32 para lidar com o boot do sistema. Então, não esqueça de criar uma partição de no mínimo 256 MB logo no início do HD (eu costumo colocar 512 MB).
Também é bom criar uma partição SWAP. Ela não é obrigatória, mas vai melhorar a performance do computador. Também, se você pretende ativar o modo de hibernação no futuro, lembre-se que a SWAP deve ser grande o bastante para conter todos os dados da RAM. Eu sinceramente não sei o que é grande o bastante, em todo lugar só está escrito assim. Eu uso uma SWAP de 2,6 GB e sobrevivo sem problemas. Até tem algumas tabelas e sugestões na internet, se você quiser saber mais, é uma boa ideia pesquisar a respeito antes de decidir quanto de SWAP precisa.
Naturalmente, você deve criar uma partição para a raiz do sistema também.
Então, para os fins deste artigo, temos:
Partição Ponto de montagem rótulo
sda1 /boot/efi efi
sda2 - swap
sda3 / arch
É claro, você pode criar quantas outras partições quiser. Saia do cfdisk. Agora, vamos criar os sistemas de arquivos e colocar a nossa SWAP para funcionar também. Execute:
# mkfs.fat -F32 -n BOOT /dev/sda1
O comando mkfs (make filesystem) cria um novo sistema de arquivos na partição alvo, com o formato especificado. No nosso caso, o formato especificado foi fat, cada fat com 32 de tamanho, ou seja, uma partição formatada como fat32. O "-n" indica que estamos dando um nome para a partição, no caso, "boo"t.
O próximo será a raiz:
# mkfs.ext4 /dev/sda3
Note que agora criamos um novo sistema de arquivos em formato ext4. Se você quiser um btrfs (eu prefiro), por exemplo, basta trocar o ext4 lá em cima por btrfs. Agora vamos criar e iniciar a partição SWAP:
# mkswap /dev/sda2
# swapon /dev/sda2
Você deve ter notado que para criar a SWAP, não escrevemos "mkfs.swap", e sim "mkswap". Isso acontece porque SWAP não é um sistema de arquivos, então não faria sentido utilizar o "mkfs" (make filesystem). O segundo comando como que marca como ativa a partição em questão.
5. MONTAR OS SISTEMAS DE ARQUIVOS
Precisamos montar agora os discos que criamos para começar a instalação propriamente dita. O primeiro passo sempre é montar a raiz, então vamos lá:
# mount /dev/sda3 /mnt
Só lembrando que a raiz do MEU layout é sda3. Preste atenção em como ficou o seu layout para montar a partição correta. Se precisar, execute:
# fdisk -l
Precisamos montar a partição EFI. Mas antes precisamos criar o diretório
/mnt/boot/efi, que é onde ela deve ficar. Então, execute:
# mkdir /mnt/boot
# mkdir /mnt/boot/efi
O mkdir (make directory) vai criar o diretório que precisamos para agora montarmos a partição EFI:
# mount /dev/sda1 /mnt/boot/efi
Este é o momento de você montar seus outros sistemas de arquivos. Caso vá usar partições separadas para
/home ou
/usr, por exemplo, crie as respectivas pastas e os monte agora.
Tudo devidamente montado, vamos para a instalação.